Por Claudia Vasques

A conscientização do consumidor sobre os riscos ambientais do plástico, especialmente em embalagens de alimentos e bebidas, atingiu o seu auge. Embora o plástico forneça um recipiente relativamente barato que possa proteger e prolongar o sabor dos alimentos, a quantidade de garrafas pet não recicladas flutuando nos oceanos está causando protestos e demandas por mudanças no mundo todo. Para os fabricantes da indústria de alimentos e bebidas, isso significa pressão para repensar as estratégias de embalagem e sustentabilidade, revisar os planos de entrada no mercado e criar novos parceiros na cadeia de suprimentos.

E deve repensar já. O impacto ambiental e econômico do plástico está em destaque há anos. Dados do Ministério do Desenvolvimento Regional apontam que somente 5,4% dos materiais potencialmente recicláveis coletados pelo setor público nas casas e ruas das cidades são, de fato, recuperados. Papel, vidro, metal e plástico são resíduos completamente recicláveis e, juntos, representaram em 2018 68% da coleta seletiva no Brasil, segundo o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem).

Da produção mundial de embalagens plásticas, apenas 14% é reciclada de acordo com a revista National Geografic, sendo o tipo pet a maior fonte de poluição dos oceanos. Estima-se que elas representem quase metade dos resíduos plásticos no mundo, preenchendo oceanos com cerca de 165 milhões de toneladas de lixo.

Além disso, até 2050, o plástico nos oceanos superará os peixes, conforme prevê um relatório de 2016 da Fundação Ellen MacArthur, em parceria com o Fórum Econômico Mundial. O relatório projeta que os oceanos conterão pelo menos 937 milhões de toneladas de plástico nos próximos 30 anos.

Consumidores engajados

Segundo um estudo da Infobase Interativa, 55% das pessoas acreditam que as companhias precisam se engajar em favor do meio ambiente. Esses dados mostram que o mundo vem sentindo os efeitos das mudanças do clima e os consumidores entenderam que as empresas podem e devem se envolver em projetos sustentáveis. A pauta ambiental se tornou uma realidade da nova economia e vai guiar as estratégias de negócios daqui para frente.

Por esse motivo, fabricantes com conhecimento de mercado começarão a transformar suas estratégias de embalagem para se alinhar às expectativas dos consumidores. Como cidadãos de um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade, os executivos também reconhecerão a sua responsabilidade com o meio ambiente.

Mas repensar a embalagem não é uma tarefa simples. Por exemplo, evoluir de um copo de plástico para um frasco de vidro com uma tampa de metal tem muitas questões a serem consideradas, desde o peso do pacote, conveniência para o consumidor, facilidade de remessa até perdas devido a quebra. A opção jarra de vidro e/ou tampa de metal é muito mais pesada e menos conveniente, tornando impraticável a embalagem para as lancheiras.

Então, como o produto pode ser reembalado para que ainda atenda às necessidades dos consumidores? Pode ser necessária alguma pesquisa de mercado e engajamento com os consumidores para formular uma nova estratégia.

Se as alterações nas embalagens impactam potencialmente o produto e a lucratividade, as perguntas que as empresas precisam responder são:

1) Posso produzir o mesmo produto com a qualidade que os consumidores esperam?

2) Qual é o impacto financeiro dessa mudança?

A resposta é o Ciclo de Vida do Produto (PLM)

As soluções de gerenciamento do ciclo de vida do produto, do inglês Product Lifecycle Management (PLM), ajudam os fabricantes a rastrear e monitorar todo o ciclo de vida de um produto, conduzindo as estratégias de teste e preços de produtos. Uma solução moderna de PLM ajudará a organização a simplificar a complexidade da renovação de embalagens, dividindo em etapas o gerenciamento do projeto de design de pacotes.

A solução permite que colabores acessem especificações de embalagens, fórmulas de lotes e dados de pesquisa sobre as necessidades de remessa. Dessa forma, é possível se manter atualizado sobre o progresso da transição e as projeções para novas datas de lançamento.

ERP Infor ajustado para indústria de alimentos

A eliminação de camadas plásticas protetoras pode alterar o prazo de validade, o sabor ou a aparência dos alimentos, exigindo aprimoramentos nas receitas. As soluções de ERP Infor criadas especificamente para a indústria de alimentos e bebidas contêm a funcionalidade necessária para refinar esses ajustes.

A visibilidade End to End das soluções de ERP Infor será essencial para rastrear e quantificar o impacto holístico das principais alterações das embalagens. Uma versão altamente confiável ajudará no monitoramento do progresso e impulsionará novas decisões sobre embalagens.

Uma rede supply chain conectada será mais importante do que nunca, pois o fabricante provavelmente precisará obter novos recursos de embalagem para muitas necessidades, de pacotes e tampas de produtos e novos tipos de equipamentos de manuseio. Uma solução moderna de supply chain será valiosa para estabelecer um relacionamento mais confiável com os seus fornecedores.

Embalagem e sustentabilidade alcançando o consumidor

As empresas devem assumir a responsabilidade pelo impacto ambiental que elas provocam. A enorme quantidade de plásticos não recicláveis está se tornando prejudicial para o planeta e os consumidores estão exigindo ação. À medida que se tornam mais exigentes em relação às embalagens sustentáveis, os fabricantes precisarão repensar suas linhas de produtos e considerar novos recursos de embalagem.

Esta é uma oportunidade de ter uma visão holística do impacto ambiental da marca, além de se alinhar com os clientes e criar lealdade. Embora os problemas sejam complexos, o avanço da tecnologia veio para ajudar na tomada de decisões e vai colaborar na criação de novas oportunidades de negócios. Fabricantes podem agora fazer parte da solução, e não mais do problema.

Quer saber mais sobre como inovar no setor de alimentos e bebidas? Entre em contato conosco e fale com um dos nossos especialistas!

Este post é uma reprodução autorizada com adaptações do artigo publicado inicialmente no blog Infor, parceira da Compliance Soluções.